Com certeza, um dos games indes recentes que mais chamou a atenção do publico desde seu anuncio foi Cris Tales, um belo game que desde seu anuncio promete ser uma espécie de homenagem aos JRPGs clássicos, e como não podia deixar de ser, eu já aguardava cada minuto para o jogar. Então venha conferir o que achei e quais seus pontos fortes e fracos em mais uma análise.

Desenvolvido pela Dreams Uncorporated e pela SYCK, duas pequenas equipes indie da Colômbia, Cris Tales é um título inspirado em JRPGs clássicos, e para seus desenvolvedores ele é uma oportunidade para homenagear essas fontes de inspiração e, ao mesmo tempo, devolver pedaços da cultura colombiana a um público mundial. O game presenta animações 2D desenhadas à mão, que trazem o mundo do jogo à vida com muitas de escolhas a serem feitas que irão alterar o presente e o futuro do jogo. Os jogadores também podem mergulhar no combate do jogo que apresenta um sistema de batalha baseado em turnos para executarem ações. Mas será que conseguiram fazer o prometido?

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Realmente Cris Tales é uma linda carta de amor indie para JRPGs clássicos com uma nova perspectiva. Sua história começa com Crisbell, nossa heroína, vivendo como uma órfã em uma cidade do interior, suas aventuras começam um dia em que sua cidade é arrasada por forças do mal lideradas por Time Empress a vilã do jogo, em meio ao caos Crisbell conhece um sapo falante Matías e ganha poderes para ver o Passado, Presente e o Futuro dos acontecimentos simultaneamente. Após se reunir com seus companheiros, Christopher um mago elemental errante e Willhelm um veterano mago da natureza, eles partem para impedir que Time Empress cause mais danos e destruição.

Começando pelo ponto que mais salta os olhos, a arte, artisticamente Cris Tales é uma obra prima, o estilo de arte é muito bem elaborado com cores e formas bem definidas, cada masmorra e cada cidade tem seu estilo único, e o poder do tempo de Crisbell permitem algumas animações que influenciam nas aparências do mundo e personagens que é muito interessante e elegante.

A história por trás do game é bastante simples e mas não o suficiente para te prender, a ponto de que as histórias paralelas das cidades e até dos personagens sejam mais divertidas e interessantes. E falando em personagens, todos, até os NPC's são dublados o que trás uma imersão maior e interesse ao que eles tem a lhe dizer, mesmo que o numero de NPCs em cada cidade seja baixo, isso fez com que elas fossem um pouco mais vivas.

Mecânica principal e Combate

Já em mecânicas, a principal característica do game é a habilidade principal de Crisbell, o controle do tempo, que funciona assim: sua tela é dividia em um triangulo, onde cada uma das três partes representa: o centro é o presente, a esquerda o passado e a direita o futuro. São três versões sobrepostas do mundo, onde conforme andamos pelas ruas podemos ver os personagens mais velhos e mais novos, além de pequenas alterações na decoração, e também podemos ver uma espécie de catástrofe que se abate sobre a população. O segredo aqui é que o futuro não é imutável, e ainda está para acontecer, o que abre a possibilidade para realizar tarefas e missões que modifiquem ele para um futuro melhor do que está sendo visto, seja evitando um terrível destino a uma família, ou até a todo um bairro pobre. Mas nem sempre todas histórias serão mutáveis, mas mostra uma forma direta as consequenciais de certas decisões que você realizar.

E em combate o controle temporal é bem interessante, já que você pode "jogar" um inimigo do Passado para o Futuro, o que resulta em várias consequenciais, aqui devemos saber que cada período de tempo influencia nos inimigos que encontramos, há aqueles que ficam mais fortes com o passar do tempo, então envia-los para o passado faz com que fiquem mais fracos, há também os que envelhecem e perdem resistência física ficando mais fáceis de se atacar, mesmo que ganhem novas habilidades quando velhos. Outro uso interessante desse controle temporal é que se você envenenar um inimigo no passado e o enviar para o futuro, ele poderá morrer instantaneamente, pois terá somado todo dano ganho entre os dois períodos de tempo. Alguns chefes também utilizam essa mecânica, e podem somar ataques ou mudar habilidades conforme se movimentam entre passado e futuro.

Falando em combate, o combate é em turno e segue o padrão clássico dos JRPGs com a diferença que Crisbell fica posicionada ao centro enquanto os inimigos ficam nas laterais, formação útil para uso do controle do tempo, mas que pode ser meio estranho aos jogadores acostumados com o estilo clássico, mas nada difícil de se acostumar. Os movimentos e ataques também são bem característicos do estilo e possuem momentos onde há a possibilidade de aumentar o dano dos ataques se apertarmos os botões no momento exato ou reduzir o impacto de um ataque inimigo, o que lhe faz ficar mais atento durante o jogo. Mas se você não otimizar seus ataques e ser cauteloso ao que irá fazer, um combate pode se estender mais que necessário e lhe tomar vários minutos que só enrolam o gameplay podendo até ficar maçante.

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Mas como nem tudo são flores...

A mecânica de controle do tempo acaba ficando "descartável" já que em certo ponto você fica forte o suficiente para dar conta dos inimigos sem ela, mesmo ela sendo usada em missões secundárias é meio difícil se interessar em a utilizar, mesmo todos NPC's dando na cara que o único jeito de se realizar algo é a utilizando, e as vezes se baseia em coletar algo, descobrir que o NPC que você deve encontrar não está no local, transitar entre o tempo (passado ou futuro), para achar ele lá! É basicamente: o NPC precisa de flores que estragam rápido, vá para o passado e as pegue! O NPC quer algo de um evento que vai demorar acontecer, vai para o futuro e pegue! Infelizmente a mecânica em si acaba não sendo tão bem aproveitada nas missões e nunca chega a ser mais que isso.

O jogo peca pelo balanceamento, há problemas de equilíbrio em alguns locais onde por exemplo podem restringir muito sua capacidade de cura até que você atinja níveis mais altos. Os inimigos podem parecer simplesmente fracos de mais enquanto outros são fortes de mais sem nenhum motivo aparente ! E também de inicio há muito poucos pontos de habilidades por personagem, o que de inicio aumenta a dificuldade, mas quando se avança na historia você terá um número exagerado de pontos mágicos que praticamente permitem desperdiçar ataques fortes em qualquer batalha.

Outro fator ruim é a lentidão, há lugares que o jogo poderia ser mais rápido, e por conta das animações, os personagens demoram alguns seguidos para entra na batalha, o movimento também é lento e você nota que ir de um lugar para o outro poderia ser consideravelmente mais agradável. Matías, o sapo, também anda muito lento atrás de Crisbell, e para mudar o tempo você tem que ir atrás dele ou esperar que ele lhe alcance. Essa lentidão se reflete com o auto numero de batalhas que deve se enfrentar durante sua jornada, fazendo com que elas fiquem um pouco chatas e repetitivas.

O jogo também sofre com problemas de desempenho e bugs menores, que podem ser corrigidos com patchs futuros, mas nada que atrapalhe o gameplay, mesmo que em alguns momentos você se pergunte se a animação que é lenta ou o jogo está perdendo FPS, outro ponto chato é o tempo de load que podem demorar consideravelmente.

Crisbell também não consegue tomar grandes decisões que afetam o futuro da história, como foi prometido, mesmo de inicio você conseguindo decidir uma coisa ou outra que muda a história de uma família ou um NPC em especifico, a história principal segue a linha que tem que seguir.

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Por fim...

Não tem como não elogiar novamente o trabalho artístico de Cris Tales, o jogo possui uma belíssima arte que salta aos olhos e se alinha perfeitamente com a trilha sonora que é outro ponto forte do game. E apesar dos probleminhas o jogo tem muita personalidade, o enredo fraco se sustenta bem mesmo em momentos que poderia se ter mais motivos para continuar, o que talvez fosse menos perceptivo caso o ritmo do game fosse mais acelerado.

Cris Tales cumpre sua principal promessa, é uma excelente homenagem aos JRPGs clássicos, um belissimo game com uma mecânica interessante, e mesmo com alguns probleminhas, será uma experiência agradável para quem o jogar caso comece com as expectativas certas.

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Cris Tales já está disponível no PlayStation 4, PlayStation 5, Xbox One, Xbox Series X, Nintendo Switch, Stadia e PC via Steam desde o dia 20 de julho, 2021.

okardec
Allan Kardec #okardec

Analista e Administrador de Sistema vulgo Programador

Amante de artes, com gostos peculiares e até duvidosos!

Criei o site como hobby para postar conteúdos interessantes e aleatórios que vejo por aí.

Administrador, Earth, Solar system - Milky Way
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